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No dia 17 de outubro (quinta-feira), quatro ônibus de linhas municipais do Rio foram sequestrados por bandidos para servirem como barricadas na comunidade da Muzema, na zona oeste, e em Costa Barros, zona norte. No dia anterior, nove ônibus já haviam sido tomados e usados para obstrução de vias na zona oeste, durante operação do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
De acordo com o Rio Ônibus, que representa 29 operadoras de da capital, esse tipo de violência tem se tornado frequente. Nos últimos 12 meses, 136 veículos foram alvo de ações dessa natureza, 29 foram incendiados e 2.568 depredados e vandalizados, afetando a vida de motoristas e passageiros e prejudicando a mobilidade urbana e a economia da cidade. “A nossa economia funciona movida a ônibus. Boa parte da população utiliza o transporte público para realizar suas atividades diárias, e essa situação prejudica as empresas, a população e a imagem do estado”, afirma Paulo Valente, porta-voz do Rio Ônibus.
Os ataques a ônibus na cidade do Rio de Janeiro resultaram em um prejuízo estimado em R$ 75 milhões nos últimos 12 meses. Segundo o Rio Ônibus, esse valor seria suficiente para adquirir cerca de 100 novos veículos que poderiam ser incorporados à frota do transporte público. Além do prejuízo financeiro e operacional, os ataques também contribuem para o aumento das tarifas, já que os custos com vandalismo e incêndios são repassados ao usuário.
Segundo a Secretaria de Estado de Polícia Militar, ações como essas são realizadas para atrapalhar operações em áreas dominadas pelo tráfico de drogas e pela milícia, como as comunidades da Muzema e de Costa Barros. Em algumas situações, ônibus são atravessados nas vias e incendiados para bloquear o trânsito e dificultar o trabalho das forças de segurança. Nesta segunda-feira (21 de outubro), 190 ônibus, que fazem sete linhas na região da Muzema, tiveram seus itinerários afetados devido aos confrontos entre milicianos e traficantes do Comando Vermelho.
Outra questão importante a ser analisada é que com a crescente insegurança no setor muitos motoristas estão abandonando a profissão. Dados do Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro revelam que, entre 2022 e 2024, entre 200 e 250 profissionais deixaram o emprego devido a situações de violência, incluindo incêndios criminosos e agressões. Só no último ano, cerca de 140 motoristas pediram demissão.
O vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, José Sacramento de Santana, lamenta a falta de segurança para os profissionais e para a população e diz que os grupos criminosos que controlam áreas da cidade utilizam o sequestro e o incêndio de ônibus como forma de demonstração de poder. “Estamos entregues no Rio de Janeiro a um poder paralelo que domina a cidade. Faltam medidas de segurança tanto para os motoristas quanto para a população”, declara.
O Governo do estado do Rio de Janeiro estuda o uso de GPS para acompanhar a localização em tempo real dos ônibus da capital fluminense, e traçar estratégias de segurança para passageiros e motoristas. A Secretaria de Estado de Segurança Pública afirmou estar em tratativas com a Polícia Militar e empresários do setor de transportes para avaliar o tipo de monitoramento que as companhias possuem.
O Rio Ônibus informou que utiliza um sistema de notificação de assaltos e vandalismo. No caso dos assaltos, os motoristas são treinados para informar em que ponto os assaltantes subiram e desceram, e em que trecho da linha houve a ocorrência. Segundo Paulo Valente, essas informações podem ser repassadas à polícia “para a realização da mancha criminal”.
Como resposta imediata aos últimos ataques, o governo do estado determinou o reforço do policiamento na região do Itanhangá, a partir do dia 18 de outubro. Foram empenhados 48 policiais, 10 viaturas e 16 motocicletas do Batalhão Tático de Motociclistas. Além disso, segundo o governo, a área de inteligência da Polícia Militar continuará monitorando possíveis movimentações de criminosos.
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