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O gerente de Planejamento e Controle da Semove, Guilherme Wilson, participou, dia 22 de maio, de seminário da UITP (Associação Internacional de Transporte Público) que discutiu as formas de melhorar a resposta do transporte público aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Wilson ministrou palestra sobre Transição Energética no Setor de Transporte de Passageiros por Ônibus.
O gerente destacou que o Brasil registrou, em 2021, a maior emissão de carbono em 16 anos. Entre os países com maior acúmulo de emissões, entre 1850 e 2021, o Brasil está em quarto lugar, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Rússia. “Setenta e cinco por cento das emissões brasileiras são decorrentes do desmatamento”, informou.
Wilson também fez um paralelo entre as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil e aquelas relativas ao setor exclusivo de ônibus urbanos, demonstrando que o segmento é responsável, hoje, por menos de 0,15% das emissões totais de GEE no País. “É uma participação extremamente baixa, diante das pressões que o setor vem sofrendo para a eletrificação de toda a sua frot, afirmou.
Entre os dados apresentados, chamou a atenção a comparação entre o consumo total de diesel no Brasil com o total utilizado no transporte coletivo por ônibus urbanos. Dos 58,41 bilhões de litros consumidos no País, anualmente, apenas 2,37 bilhões (4%) são destinados aos ônibus urbanos, cuja frota soma cerca de 100 mil veículos. Já o restante do transporte rodoviário pesado responde por mais de 90% deste consumo.
Nessa mesma linha, Wilson defendeu que o setor de transportes como um todo necessita de uma solução ao diesel fóssil, que seja mais abrangente e dê conta do aumento contínuo do consumo de óleo diesel no País pelo setor de carga pesada. “Essa solução só se dará por meio do desenvolvimento e uso de biocombustíveis de melhor qualidade. O biodiesel no Brasil, hoje, não possui a qualidade e a especificação necessárias para a descarbonização total do setor de diesel, no qual nós, que operamos ônibus urbanos, estamos incluídos”, ressaltou. Segundo Wilson, o desenvolvimento de novos biocombustíveis pode dar conta da descarbonização, tanto do transporte de carga pesada quanto do modal ônibus urbanos.
Neste sentido, o gerente da Semove pontuou os desafios e as aparentes contradições relacionadas à eletrificação da frota total de ônibus urbanos e todos os aspectos e investimentos que isso exige, tendo em vista a vocação nacional para o uso de biocombustíveis de melhor qualidade. Já entre os potenciais combustíveis do futuro para o setor, o gerente citou o diesel verde, o Bevant, o R5 e o hidrogênio. Ele também falou sobre os avanços tecnológicos dos motores, como os Euro V e VI, lembrando que 81% da frota de ônibus do Rio de Janeiro já operam com a tecnologia Euro V, garantindo reduções totais de poluentes locais, como o material particulado, que chegam a mais de 90% somente nos últimos 10 anos.
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