Guilherme Wilson fala sobre clima e transporte urbano em evento do ICRio

O gerente de Planejamento e Controle da Semove, Guilherme Wilson, participou do evento “Desafios da Agenda ESG” (Environmental, Social and Governance, que significa Ambiental, Social e Governança), promovido pelo Instituto Compliance Rio (ICRio), dia 29 de agosto, no auditório da BKR. Wilson ministrou palestra sobre o Pilar Climático, apresentando as práticas e inovações para o futuro sustentável do transporte e da mobilidade urbana no Brasil.

O primeiro Relatório de Sustentabilidade da Semove, produzido em 2023, foi o fio condutor da apresentação do gerente, que destacou a agenda da Federação no âmbito da questão climática para o transporte por ônibus urbano. De acordo com Wilson, o CSA – Centro de Serviços Ambientais da Semove, o Convênio Selo Verde, o inventário de emissões, o reuso da água e a criação do Carbonômetro (ferramenta automatizada que contabiliza o gás carbônico (CO²) não emitido pelo usuário de ônibus ao utilizar o transporte público em vez do transporte individual) são as principais ações desenvolvidas no campo do meio ambiente pela Semove, ao longo dos últimos anos.

Centro de Serviços Ambientais

Guilherme Wilson pontuou as atividades oferecidas às operadoras de ônibus do estado do Rio pelo Centro de Serviços, como: atendimento legal; responsabilidade, educação e gestão ambientais; eco eficiência e controle de emissões. O resultado desse trabalho se traduz em números. Somente em 2023, foram realizadas 107 visitas técnicas nas empresas e mais de um milhão de multas ambientais foram convertidas. Outro dado destacado pelo gerente foi a produção de 422 relatórios de emissão de gases.

Sobre o Selo Verde, Wilson falou das 1.782 visitas técnicas para monitoramento da frota e certificação, realizadas em 2023, mas ressaltou os números gerais do programa, ao longo de seus 25 anos de atuação. Foram mais de: 1,2 milhão de veículos aferidos, 2,5 milhões de toneladas de CO2 evitados, 960 milhões de litros de diesel economizados e 57 mil toneladas de material particulado não lançados na atmosfera. Ele também frisou o compromisso do Brasil com o Acordo de Paris e as metas até o próximo ano com relação à emissão de carbono (-37% de emissão) e até 2030 (-43%).

Novas tecnologias veiculares

Ainda dentro da agenda defendida pela Semove, o gerente ressaltou o uso de novas tecnologias veiculares, como o Euro VI, que permite a redução de 98% de emissão de poluentes, e dos biocombustíveis, como o HVO, o Be8 BeVant e o R5, além do biodiesel, que começou com 2% em 2005 e já chega a 14% este ano. Wilson, porém, ressaltou a atual matriz energética nacional e a dependência do óleo diesel. Deixou claro, no entanto, que a participação do transporte urbano no consumo do diesel e emissão de poluentes é a menor entre os setores da economia. No comparativo com o transporte rodoviário, tendo como base o consumo total de diesel no Brasil (58,41 bilhões de litros/ano), o transporte urbano por ônibus é responsável por apenas 4% (2,7 bilhões de litros). Por outro lado, se ao setor de transporte podem ser creditados 8% das emissões no Brasil, apenas 0,15% são provenientes do transporte urbano, informou Wilson.

O evento contou também com as apresentações: do presidente executivo do Rio Ônibus, João Gouveia, que falou sobre o Pilar Social; de Flora Castellano, da Orizon, e Tatiana Carius, da Águas do Rio, que defenderam o Pilar Ambiental; e de Janny Ribeiro Castro, do ICRio e da empresa de auditoria Forvis Mazars, responsável pelo tema Pilar Financeiro.