Petrobras anuncia fim da paridade de preço do petróleo e nova política de preços

17/05/2023 2 min leitura

A Petrobras anunciou nesta terça-feira, 16, o fim da política de paridade de preços do petróleo com o dólar e o mercado internacional. A política de paridade havia sido estabelecida em 2016, pelo governo de Michel Temer. Com isso, não havia intervenção nos preços praticados no diesel, gasolina e gás de cozinha pela petroleira. Eles eram regulados pelo mercado internacional, conforme a variação do barril de petróleo e o câmbio.

A política do combustível dolarizado foi criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda na campanha eleitoral, quando defendia a necessidade de nacionalizar o preço. “Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, diz o comunicado ao informar o fim do mecanismo automático. A nota oficial da Petrobras esclarece que a nova “estratégia comercial” usa duas referências de mercado: o “custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação” e o “valor marginal para a Petrobras”.

De acordo com o comunicado, “o custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos”. Já o “valor marginal” é “baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia, dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”.

A mudança, segundo a petroleira, traz mais flexibilidade para praticar preços competitivos, “se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores”, diz o texto.

No dia 12 de maio, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já havia afirmado que a petroleira manteria a competitividade em relação ao mercado internacional. “Não precisamos voltar ao tempo em que não houve nenhum reajuste no ano inteiro. Em 2006 e em 2007 aconteceu isso. E também não precisamos viver dentro da maratona de 118 reajustes para um único combustível, como foi em 2017, o que levou à crise enorme da greve dos caminhoneiros”, disse. Rates ressaltou também que, mesmo com a mudança, a Petrobras continuará seguindo a referência internacional e mantendo a competitividade interna. “Nós não vamos perder venda. Não vamos deixar de ter o preço mais atrativo para os nossos clientes.” O presidente mencionou também a produção brasileira dentro da composição de preços, citando a estrutura de escoamento, de transporte, a capacidade de
refino e a fonte de petróleo do país.