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A NTU acaba de lançar, durante seu Seminário Nacional, que acontece em São Paulo, entre 6 e 8 de agosto, o Anuário NTU 2023-2024. De acordo com o documento, que traz dados inéditos, o Brasil registrou uma redução de 44,1% nas viagens de ônibus no transporte público urbano nos últimos dez anos. Isso significa que, em 2023, os ônibus urbanos transportaram menos 19,1 milhões de passageiros equivalentes (pagantes) por dia, em relação à quantidade transportada em 2014.
Entre os principais motivos para a queda na demanda por viagens, especialistas destacam as mudanças de hábitos, acentuadas no período da pandemia, como o crescimento do e-commerce e do trabalho em casa, e priorização de veículos particulares, como carros e motos. Entre as soluções para reverter esse quadro e melhorar a qualidade do serviço de transporte, são apontados o aumento na oferta de subsídios para as tarifas ou a adoção da política de tarifa zero, a aprovação do novo Marco Legal do Transporte Público Coletivo, financiamentos para a renovação e ampliação da frota, infraestrutura urbana e adoção de novas tecnologias.
Mudanças nas políticas públicas
Segundo o diretor executivo da NTU, Francisco Christovam, serão necessárias mudanças nas políticas públicas e investimentos por parte dos governos, para que o transporte possa voltar aos números de passageiros transportados antes da pandemia. “O setor vem se recuperando da dramática crise da covid-19, que intensificou a tendência de queda da demanda registrada nas últimas décadas. Mas os dados mostram que a demanda de passageiros dificilmente retornará aos níveis pré-pandemia sem a adoção de novas políticas públicas, como um novo Marco Legal, priorização para o transporte público e incentivos governamentais”, afirmou.
A crise, apesar de gerar prejuízos, foi determinante para o entendimento pelos governantes da necessidade de oferecer subsídios ao transporte público. Nos últimos quatro anos, aumentou o número de cidades que adotaram essa política. O relatório “Subsídios para o Transporte Coletivo Urbano por Ônibus”, encartado no Anuário NTU, revela que 365 municípios possuem, atualmente, algum subsídio tarifário em seus sistemas de transporte coletivo por ônibus. Desse total, 135 adotaram a política de tarifa zero.
Onze indicadores e nove capitais
O Anuário traz os indicadores coletados e monitorados pela NTU desde 1993. São 11 índices divididos em três blocos: operacional, insumos e custos. No primeiro, são apresentados indicadores de: demanda de passageiros pagantes (viagens realizadas), quilometragem produzida (oferta), índice de passageiros equivalentes transportados (viagens realizadas) por quilômetro e número de passageiros equivalentes transportados (viagens realizadas) por veículo por dia. Em insumos, são informados os dados referentes a: índice de frota total, idade média da frota e venda de ônibus e micro-ônibus. Já no item custos, o Anuário mostra indicadores de salários dos motoristas, preço médio do óleo diesel, custo por quilômetro e tarifa pública (média ponderada).
Para a realização desse trabalho, foram monitorados os sistemas de: Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Esses sistemas representam 33% da frota nacional, que hoje é de cerca de 107 mil veículos, e 34% da quantidade de passageiros transportados no Brasil.
Acesse a íntegra do Anuário NTU 2023/2024
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