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Priorizar o transporte público é o caminho para estimular o uso dos ônibus, que perderam 25% de passageiros entre 2019 e 2022 no Brasil. A declaração foi dada pela gerente de Mobilidade Urbana da Semove, Eunice Horácio, durante o webinar Mobilidade Urbana e seu Papel para o Desenvolvimento Sustentável, promovido pela plataforma Integridade ESG, dia 19 de março. “A priorização do transporte público coletivo por ônibus é fundamental. Enquanto houver passageiro preso no congestionamento, o transporte público não vai ser atrativo. É preciso ter uma infraestrutura urbana adequada, com pontos de parada com abrigo, bancos e iluminação; enfim, um ambiente urbano propício para que as pessoas usem o transporte coletivo”, afirmou.
Segundo Eunice, para fazer com que as pessoas deixem o automóvel, as motos e o aplicativo e migrem para o coletivo, é necessário ofertar transporte mais rápido. “O caminho é dar prioridade ao transporte público. Assim, vamos emitir menos carbono e poluir menos, porque vamos tirar carros da rua”, disse no webinar, mediado pela editora do portal, Cintia Salomão.
Sobre os investimentos em eletromobilidade no Brasil, a gerente da Semove defende que é preciso, antes, pensar na questão do abastecimento, em como conseguir eletrificar uma frota de ônibus sem provocar a queda de energia de uma cidade inteira, por exemplo. Eunice também abordou temas como a taxação e o controle do uso do veículo privado, a gestão de estacionamentos e o congestionamento verde. “Como falar em mudar a tecnologia veicular se a gente tem problemas de rede? A mobilidade urbana sustentável é muito mais do que apenas tecnologia”, concluiu.
O presidente-executivo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) e vice-presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Francisco Christovam, também participou do evento e falou sobre o novo marco legal do transporte público. “Se o marco regulatório ou o marco legal não significar benefício direto para a população que utiliza os sistemas de transporte coletivo urbano de passageiro, ele será letra morta, será um conjunto de normas e regras que vão ficar na prateleira”, disse.
Segundo Christovam, o marco regulatório deverá orientar os processos licitatórios e também trabalhar linhas possíveis de financiamento, de investimento, os conceitos necessários para que as pessoas tenham a consciência de que produzir serviço de transporte coletivo por ônibus exige tratamento quanto ao tipo de veículo que será utilizado, além da questão da infraestrutura, e do sistema de monitoramento e controle da comunicação com o passageiro, especialmente quanto à programação das viagens com relação ao horário do ônibus e tempo de viagem.
O webinar contou também com a participação do chefe do Departamento de Mobilidade Urbana e Logística do BNDES, Rafael Coutinho Quaresmo Pimentel, que anunciou que devem ser destinados entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões para o transporte. Os recursos virão do Fundo do Clima, de cerca de R$ 10 bilhões, captados pelo Ministério da Fazenda. Segundo Coutinho, atendem a todos os setores do banco que de alguma forma estão relacionados à questão climática, como o transporte, que tem grande impacto sobre o clima. “Não tem como dizer com 100% de acurácia que o que vamos ter de orçamento disponível são esses R$ 2 bilhões. Isso vai depender muito do que haverá de demanda efetivamente sobre esses recursos, porque é ela que pode gerar a necessidade de novas captações”, informou. Coutinho também defendeu a criação de corredores expressos e falou sobre a eletromobilidade. “Temos muito receio desses engarrafamentos, que são aqueles ônibus elétricos lindos, não poluentes, zero ruído, maravilhosos, mas estão todos parados, congestionados na cidade.
É preciso pensar na parte social, porque o tempo de deslocamento é muito importante”, reforçou. Além disso, explicou que e para trocar mil ônibus para elétrico são necessários cerca de R$ 4 bilhões. O fundo clima pode ser usado para eletrificação e para substituição de rotas elétricas, com o apoio do banco, diz o especialista do BNDES, mas a prioridade vai ser os BRTs elétricos. Carlos Henrique de Carvalho, pesquisador e especialista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), afirmou que o grande desafio econômico financeiro é no sentido de conseguir políticas de precificação das externalidades negativas geradas pelo transporte urbano. Carvalho defende um modelo que determine que quem polui mais deve pagar mais. Segundo ele, o transporte privado é a principal fonte de geração de externalidades negativas, mas tanto carros, quanto motocicletas praticamente não pagam pelos impactos externos que causam à sociedade. “Isso causa uma distorção do transporte urbano, já que o custo de usar o transporte privado individual fica baixo, enquanto o custo do transporte público, em todas as modalidades, fica alto”, diz.
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