Sest Senat Summit reuniu lideranças das maiores empresas de transporte do Brasil

17/08/2023 4 min leitura

O Sest Senat Summit, realizado nos dias 15 e 16 de agosto, no Teatro Santander, em São Paulo (SP), debateu e analisou o futuro do mercado e a retomada do crescimento do transporte. O evento reuniu líderes e executivos das maiores empresas de transporte do Brasil. A diretora executiva da Riocard Mais, Renata Faria, participou do encontro.

Temas ligados a questões ambiental, social e de governança, os três eixos de ESG, estiveram na pauta do Sest Senat Summit. As demandas atuais e urgentes da sociedade e do mundo corporativo, as novas configurações da cadeia de suprimentos, o impacto da transformação digital nos modelos de negócio, a geração Z e a ressignificação do trabalho foram alguns dos assuntos discutidos; eletrificação; inteligência artificial; cidades digitais e people analytics para melhorar a diversidade também foram assuntos discutidos no evento.
A descarbonização e fontes de energia limpa deram a tônica dos debates sobre meio ambiente. “Todas as companhias e indústrias serão transformadas pela transição para um mundo net zero”, disse Larry Fink, CEO da BlockRock, maior gestora de investimentos do mundo. Segundo a especialista em negócios e investimentos ESG-Impacto, Marina Cançado, o Brasil é o sexto maior emissor do mundo — sendo o setor de transporte o terceiro maior responsável pelas emissões do país. A palestrante assinalou a importância de soluções climáticas baseadas na ciência.
Para as empresas aderirem à Política Net Zero, devem implementar a Jornada da Descarbonização, que consiste em: diagnóstico (inventário de emissões); definição da ambição climática (metas e governança); e plano de ação (estratégias e ações de compensação, redução e neutralização).

O diretor de sustentabilidade do grupo Ambipar, Rafael Tello, ressaltou a necessidade de as organizações entenderem quais questões ambientais, sociais e de governança podem trazer riscos para as empresas. Tello destacou, também, que, considerando a sua responsabilidade social, as empresas precisam desenvolver os seus negócios, promovendo resiliência e gerando impactos positivos para as pessoas.

Segundo a neurocientista Carla Tieppo, da Singularity University, abordou como a neurociência, que é baseada em estudos sobre como o cérebro funciona e influencia o desenvolvimento de comportamentos, pode ajudar as empresas a equalizar a relação entre o comportamento humano e a performance do colaborador. “Ela pode apoiar no entendimento de mecanismos que permitem a adaptação às mudanças”.

A cibersegurança também foi debatida no Sest Senat Summit. Cláudio Martinelli, diretor geral da Kaspersky para América Latina, reforçou que, muitas vezes, a segurança cibernética é vista apenas como uma defesa contra vírus e ataques, mas a realidade é que as fraudes de informação são um problema estrutural que vem crescendo em níveis alarmantes. “A segurança digital é um habilitador da segurança física. Não devemos entender esse tipo de segurança como um custo, e sim como um potencial gerador de lucros. Quando eu evito um risco e tenho que gastar menos dinheiro com escolta ou seguro, estou tornando meu negócio mais produtivo. E a segurança digital é um habilitador dessa redução de custos para as empresas”, afirmou.

Fernando Ladeira, vice-presidente da Falconi, uma das maiores consultorias do país de gestão empresarial e de pessoas, destacou o fato de que à medida que as organizações reconhecem que a diversidade é mais do que uma simples responsabilidade social, e sim um catalisador de inovação e sucesso, o papel do people analytics, método de gestão de pessoas baseado na coleta e análise de dados sobre os funcionários, torna-se ainda mais crucial para as empresas. Ele explicou que, por meio da coleta e análise de dados, é possível decifrar os benefícios tangíveis de uma força de trabalho diversificada.

Um debate entre o diretor de redação da revista Autoesporte, Marcus Gasques, e o vice-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Carlos Moraes, teve como foco o cenário da eletrificação de veículos e as mudanças de infraestrutura e de mercado que essa nova realidade está trazendo. Segundo eles, a eletrificação no Brasil está no início, começando pelas aplicações urbanas de entrega, em que a parte técnica dos veículos é viabilizável sem grandes estruturas.

Alexandre Nascimento, expert global da Singularity University em robótica e inteligência artificial e pesquisador na Universidade de Stanford, explicou que a inteligência artificial permite conciliar coisas que pareciam não conversar antes. “Dá para otimizar sua operação, ter questões sustentáveis e ambientais em pauta, maximizar a utilidade para o usuário e, consequentemente, ter mais lucro e capturar a maior parte do valor gerado a longo prazo”, explicou. Ele informou que haverá uma mudança drástica nos sistemas logísticos por meio da inteligência artificial.

Felipe Chibás Ortiz, professor pela Universidade de São Paulo e colíder internacional de cidades MIL Alliance pela Unesco, destacou que é preciso entender como as coletas de dados acontecem e são reutilizadas e de que maneira a inteligência artificial participa do processo. “Temos que fazer uma integração das cidades físicas com as cidades digitais, ou inteligentes. Essa intersecção de ambos os tipos de cidades, nós costumamos chamar, hoje, na Unesco, de Cidade MIL, ou Cidade Media Information Literacy, que são cidades que utilizam toda as novas tecnologias sem esquecer os problemas atuais, as barreiras que existem nas diversas formas, seja por questões de religião, de gênero ou referente a pessoas com deficiência”, detalhou.

A diretora executiva nacional do Sest Senat, Nicole Goulart, destacou a importância do encontro. “Este evento é muito mais valioso pelo networking gerado e pelos insights que os líderes levarão para dentro das empresas. Este é um evento em um novo formato e faz parte das celebrações pelos 30 anos do Sest Senat, e queremos que o tempo investido aqui possa ser revertido em muitas iniciativas de sucesso nas empresas”, enfatizou.

Foto: Agência CNT Transporte Atual

Foto: Agência CNT Transporte Atual

Fonte e Foto: Agência CNT Transporte Atual