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A COP-29 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), realizada em Baku, Azerbaijão, entre 11 e 22 de novembro, teve a tarde do dia 15 de novembro dedicada ao transporte e o tema central foi “Transição energética no setor de transportes: o papel do diesel verde”. A pergunta que norteou o debate foi: Qual é o combustível ideal para ser adotado pelo transporte, sem prejuízo para a eficiência da atividade e para o meio ambiente?
O debate contou com a participação: do presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte) e do Sistema Transporte, Vander Costa; do diretor da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Felipe Queiroz, que foi mediador; do gerente de Relações Institucionais da Embraer, Daniel Bassani; da secretária de Proteção Ambiental do Governo da Califórnia, Yana Garcia; e do senador brasileiro Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), que também é presidente da Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia do Senado Federal.
Potencial para ser aliado
Essas lideranças discutiram os desafios e oportunidades para tornar o transporte mais sustentável, com foco na introdução de combustíveis alternativos. O diesel verde foi apontado como um dos caminhos para uma transição energética nos transportes por ônibus, carros, caminhões e aéreos até uma eletrificação mais abrangente e até que o hidrogênio se torne viável tecnicamente e economicamente. “O diesel verde tem o potencial de ser um aliado estratégico no curto prazo, enquanto trabalhamos para consolidar outras tecnologias, como a eletrificação e o hidrogênio verde”, destacou Vander Costa.
Yana Garcia falou sobre as políticas públicas da Califórnia no uso de combustíveis alternativos e na criação de incentivos para reduzir a pegada de carbono no transporte. “Nossa meta é exigir que todas as vendas de novos veículos sejam elétricas até 2035, e, na verdade, alcançamos essa meta dois anos antes do previsto, do que nos orgulhamos muito. Essa meta de eletrificação é combinada com esforços para descarbonizar os combustíveis”, ressaltou.
Lei do Combustível do Futuro
O senador Veneziano Vital do Rêgo reforçou a necessidade de um arcabouço regulatório claro no Brasil para facilitar os combustíveis verdes, além de destacar a importância de estudos técnicos que garantam a viabilidade econômica dessa transição. “Foi um passo importantíssimo quando nós aprovamos no plenário a Lei do Combustível do Futuro, e nela a presença prevista do diesel verde. O próximo passo é um dever compartilhado com o governo, para que nós construamos a regulamentação que em breve está chegando ao Congresso Nacional”, disse.
Já Daniel Bassani abordou os impactos e aprendizados da aviação, reforçando a sinergia entre mercado e pesquisa para a busca de soluções sustentáveis no setor. E falou sobre a produção do SAF Brasileiro, o Combustível de Aviação Sustentável. “O diesel verde e o SAF seguem a mesma rota tecnológica e usam os mesmos insumos, são coprodutos. A gente vê como uma grande oportunidade para o Brasil ser um dos grandes líderes globais de produção e distribuição no mundo todo. Somos o país do biocombustível”, justificou o representante da Embraer.
Inventário do setor
Por fim, o presidente do Sistema Transporte concluiu: “Temos conversado com as agências, com os Ministérios de Transportes e de Portos, para poder contratar uma empresa para fazer um inventário do setor como um todo. A gente entende que, para reduzir, eu tenho que medir. E sem tirar a responsabilidade de trocarmos a matriz energética dos veículos pesados, de nada vai adiantar se eu não conseguir ter também um controle de motos e automóveis”, finalizou Vander Costa.
A conclusão, segundo a CNT é “que os combustíveis sustentáveis são a alternativa estratégica para a descarbonização do transporte, mas que sua implementação requer colaboração entre os setores público e privado, inovação tecnológica e políticas consistentes”. Para isso, ainda de acordo com a entidade, “os entes envolvidos precisarão seguir trabalhando em prol da adoção de soluções que atendam necessidades locais e momentâneas, na base do diálogo e do entendimento”.
Fonte: Agência CNT Transporte Atual
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