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No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, é importante destacar o trabalho de mulheres que foram pioneiras no setor de transporte por ônibus no Brasil e no estado do Rio de Janeiro. Uma dessas desbravadoras foi Therezinha Menezes Morgado, que, por circunstâncias do destino, se tornou a primeira cobradora de ônibus do Brasil, em 1960, aos 26 anos.
Ao lado do marido, Therezinha comandava uma pequena empresa de ônibus, que depois se tornou a Rápido Paugrandense, de Magé (RJ). A operação era realizada com apenas dois ônibus, que faziam o transporte de funcionários de uma fábrica de tecidos em Pau Grande. Com apenas seis meses de atuação, a transportadora teve um de seus veículos envolvido em um acidente em que cobrador e motorista ficaram feridos e precisaram ser afastados temporariamente. Para não interromper o serviço, enquanto o marido assumiu a direção do coletivo, Therezinha virou cobradora.
“Tive que ocupar essa posição de primeira mulher cobradora do Brasil. Daí, eu achei por bem estender para as mulheres essa função para mostrar que não só os homens poderiam ser cobradores. A mulher pode atingir qualquer função. Eu me sinto orgulhosa porque acho que foi um bem que eu fiz para muitas mulheres. Porque tinha mulheres que não podiam trabalhar, não tinha trabalho para elas. Então elas iam ser cobradoras como eu fui… Que as mulheres ocupem o seu espaço”, afirmou no vídeo que publicamos a seguir.
A Rápido Pau Grandense chegou a ter 44 veículos, 16 linhas e atender a toda a população da região de Magé e não somente os trabalhadores da fábrica. A empresa depois foi vendida para a Transportadora Primavera, que operou até 2004. Após o período de cerca de um ano como cobradora, com a volta do funcionário afastado, Therezinha passou a atuar na área administrativa, mas voltou à função de cobradora algumas vezes para cobrir folga de um ou outro funcionário. Depois que a operadora foi vendida, ela deixou o setor de transportes. Mas, deixou também um legado para muitas outras cobradoras que seguiram seus passos.
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